Ações da CGU retornam R$ 7,23 bilhões aos cofres públicos em 2018
Dados de melhoria da gestão e de combate à corrupção foram apresentados, hoje (12), em evento alusivo ao Dia Internacional Contra a Corrupção
O Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU) recuperou para os cofres públicos R$ 7,23 bilhões por meio das ações de controle interno no Governo Federal em 2018. O número de economia efetiva faz parte do balanço das principais ações e resultados, apresentado em evento alusivo ao Dia Internacional contra a Corrupção, nesta quarta-feira (12), em Brasília (DF).
A apresentação, conduzida pelo ministro da Transparência e CGU, Wagner Rosário, também destacou iniciativas nas áreas de melhoria da gestão pública e de combate à corrupção, como monitoramento dos programas de integridade pública, números relacionados aos acordos de leniência e dados de punições a servidores federais por atos ilícitos. O balanço foi dividido em três eixos de atuação do órgão de controle (prevenção, detecção e punição). Confira os destaques:
>>> Acesse a apresentação do balanço
Prevenção
No eixo de prevenção, um dos destaques ficou por conta do monitoramento dos programas de integridade do Governo Federal. Até o momento, já são 130 órgãos e entidades (ministérios, autarquias e fundações públicas) com unidades de gestão específicas e 91 com planos de integridade publicados. A lista de órgãos pode ser detalhada por pasta/vinculação, cumprimento das fases e etapas obrigatórias novo Painel Integridade Pública (www.paineis.cgu.gov.br/integridadepublica), lançado no evento.
A CGU também reforçou a atuação de fomento à integridade no setor privado, ao aprimorar as regras do programa Empresa Pró-Ética, que agora tem um ciclo bianual (2018-2019) e avaliação com maior peso nos critérios “Comprometimento da Alta Direção” e “Canais de Denúncia”.
Na área de acesso à informação, o Governo Federal atingiu o número recorde de 124 mil pedidos de informações públicas, até novembro de 2018. Desde maio de 2012, já foram recebidos mais de 685 mil pedidos, com índice de 99,9% de resposta num prazo médio de 16 dias, cerca de metade do prazo legal. Quanto aos canais de interação com o cidadão, o Sistema e-Ouv foi instituído como canal único e integrado, reunindo 354 órgãos e entidades federais. No ano de 2018, foram mais de 131 mil manifestações registradas, sendo mais de 20 mil denúncias. Dessas, cerca 11 mil foram encaminhadas à CGU.
Detecção
Um dos destaques das ações de auditoria e fiscalização, responsáveis pela identificação de irregularidades no uso do dinheiro público, são as operações especiais. Em 2018, a CGU realizou 33 operações de combate à corrupção, em parceria com órgãos como Polícia Federal (PF) e Ministério Público Federal (MPF), que apuraram um prejuízo de R$ 298 milhões. Desde 2003, já são 353 ações investigativas e cerca de R$ 5 bilhões de danos ao erário. As principais políticas públicas afetadas são relacionadas às áreas de Saúde e Educação (69% das operações).
O total das ações de controle geraram retorno efetivo aos cofres da União, em razão das recomendações da CGU: R$ 7,23 bilhões (janeiro a novembro/2018). Os valores incluem cancelamento de licitação/contrato; recuperação de valores pagos indevidamente; redução de custos, entre outros. Somente com a suspensão de pagamento continuado indevido, no âmbito do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), foram economizados R$ 5,8 bilhões. O número se refere à identificação e posterior cancelamento de 96 mil benefícios pagos a beneficiários já falecidos.
Considerando o valor acumulado no período de 2012 a 2018 (até novembro), o valor da economia efetiva chega a R$ 29,7 bilhões.
Benefícios Financeiros Apurados pela CGU
Benefício
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
TOTAL
TOTAL
R$ 2,33 bilhões
R$ 2,74 bilhões
R$ 7,54 bilhões
R$ 2,38 bilhões
R$ 2,87 bilhões
R$ 4,61 bilhões
R$ 7,23 bilhões*
R$ 29,7 bilhões
*Atualizado até novembro de 2018
Punição
Na parte de sanções, o Governo Federal expulsou 566 servidores públicos federais por atividades contrárias à lei, de janeiro a novembro de 2018. O número já é o mais alto no comparativo anual, desde o início da série histórica, em 2003, consolidada pela CGU. A prática de atos relacionados à corrupção foi o principal motivo das punições, com 371 penalidades (65,5% dos casos). No ano, foram 467 demissões de servidores efetivos; 73 cassações de aposentadorias; e 26 destituições de ocupantes de cargos em comissão. De 2003 a novembro de 2018, foram expulsos 7.281 servidores.
Punições Expulsivas aplicadas pelo Governo Federal
Punições
2003 a
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
TOTAL
Demissão
3.431
431
420
446
445
423
467
6.063
Cassação de Aposentadoria
265
51
58
53
65
57
73
622
Destituição
345
49
69
41
40
26
26
596
TOTAL
4.041
531
547
540
550
506
566
7.281
*Atualizado até novembro de 2018
No âmbito empresarial, são 145 processos administrativos de responsabilização (PARs) em andamento no Executivo Federal. Em 2018, cerca de 1,5 mil entes privados foram penalizados por irregularidades. No âmbito da Operação Lava Jato, duas empresas foram declaradas inidôneas e proibidas de contratar (Sanko Sider e MPE Montagens).
Já em relação à Lei Anticorrupcao (nº 12.846/2013), a CGU - em conjunto com a Advocacia-Geral da União (AGU) - assinou três acordos de leniência em 2018: Odebrecht (R$ 2,72 bi), SBM Offshore (R$ 1,22 bi) e MullenLowe/FCB Brasil (R$ 53,1 mi). O total de recursos já ressarcidos por meio dos acordos atingiu a cifra de R$ 589,6 milhões. Outros 20 acordos estão em negociação, sendo três próximos da assinatura.
Data
Empresa
Valor
Ente Lesado
Julho/2018
SBM Offshore
R$ 1,22 bilhão
Petrobras
Julho/2018
Odebrecht
R$ 2,72 bilhões
União, Petrobras e outros
Abril/2018
MullenLowe e FCB Brasil
R$ 53,1 milhões
União, CEF e outros
Agosto/2017
Bilfinger
R$ 9,8 milhões
Marinha
Julho/2017
UTC Engenharia
R$ 574 milhões
União, Petrobras e outros
Total de Ressarcimento:
R$ 4,57 bilhões
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